sábado, 30 de outubro de 2010

Ismália

Quando Ismália enlouqueceu


Pôs-se na torre a sonhar...

Viu uma lua no céu,

Viu outra lua no mar.



No sonho em que se perdeu,

Banhou-se toda em luar...

Queria subir ao céu,

Queria descer ao mar...



E, no desvario seu;

Na torre pôs-se a cantar...

Estava perto do céu,

Estava longe do mar...



E como um anjo pendeu

As asas para voar

Queria a lua do céu,

Queria a lua do mar...



As asas que Deus lhe deu

Ruflaram de par em par...

Sua alma subiu ao céu,

Seu corpo desceu ao mar...



Alphonsus de Guimarães


bem o poema ele tem 5 estrofes com 4 versos cada,apresenta rimas e também alteração,repetição de palavras e também figuras de efeito sonoro.
bom poema ele fala sobre a loucura de ismália que foi comparada do sonho dela .
as vezer nós sonhamaos dormindo ou acordado quando imaginamos algumas coisas !!!!
.jean fábio 2°J








sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A morte, Cruz e Souza

A morte
Oh! Que doce tristeza e que ternura
No olhar ansioso, aflito dos que morrem...
De que âncoras profundas se socorrem
Os que penetram nessa noite escura!

Da vida aos frios véus da sepultura
Vagos momentos trêmulos decorrem...
E dos olhos as lágrimas escorrem
Como faróis da humana Desventura.

Descem então aos golfos congelados
Os que na terra vagam suspirando,
Como os velhos corações tantalizados.

Tudo negro e sinistro vai rolando
Báratro abaixo, aos ecos soluçados
Do vendaval da Morte ondeando, uivando.

      Neste poema, Cruz e Souza demonstra os problemas da morte - nesta altura, ele sofria de tuberculose pulmonar.Ele tem o terror da morte como desaparição e, ao mesmo tempo, a visão da morte como uma grande diluição no todo, inclusive numa visão beatífica da vida.
      Podemos observar também a musicalidade, o domínio pleno do idioma. Principalmente, pela forma direta sem nenhuma redundância, apenas com as palavras necessárias. 
      O poema A Morte faz parte de ''Últimos Sonetos'', como o próprio nome já diz é a cleção dos ultimos sonetos escritos por Cruz e Sousa. Nele, o poeta vive a redenção uma vida de auto-sofrimento, de uma vida fadada ao conflito entre a sensibilidade, a opressão e a reação de uma sociedade que não admitia o negro naquelas alturas intelectuais.

Por: Bianca Freitas

Violões que choram...

Violões que choram...


estrofes I a V .

Ah! plangentes violões dormentes, mornos,

Soluços ao luar, choros ao vento...

Tristes perfis, os mais vagos contornos,

Bocas murmurejantes de lamento.



Noites de além, remotas, que eu recordo,

Noites da solidão, noites remotas

que nos azuis da Fantasia bordo,

Vou constelando de visões ignotas.



Sutis palpitações à luz da lua,

Anseio dos momentos mais saudosos,

Quando lá choram na deserta rua

As cordas vivas dos violões chorosos.



Quando os sons dos violões vão soluçando,

Quando os sons dos violões nas cordas gemem,

E vão dilacerando e deliciando,

Rasgando as almas que nas sombras tremem.



Harmonias que pungem, que laceram,

Dedos nervosos e ágeis que percorrem

Cordas e um mundo de dolências geram

Gemidos, prantos, que no espaço morrem... .



Cruz e Sousa

CARACTERÍSTICAS:
musicalidade - aliteração (repetição de som) e assonância (repetição de vogais e consoantes).


subjetivismo - presença do eu-lírico.

religiosidade

sugestões e simbologias

visão espiritual da mulher

culto ao vago, ao etéreo



ANTONIO JÚNIOR

Por : Luã Anderson

Vaso Chinês


Estranho mimo, aquele vaso! Vi-o


Casualmente, uma vez, de um perfumado


Contador sobre o mármor luzidio,


Entre um leque e o começo de um bordado.






Fino artista chinês, enamorado


Nele pusera o coração doentio


Em rubras flores de um sutil lavrado,


Na tinta ardente, de um calor sombrio.






Mas, talvez por contraste à desventura -


Quem o sabe? - de um velho mandarim


Também lá estava a singular figura:






Que arte, em pintá-la! A gente acaso vendo-a


Sentia um não sei quê com aquele chim


De olhos cortados à feição de amêndoa.


Alberto de Oliveira

Por: Estela Marques

Gargalha, ri, num riso de tormenta, 
como um palhaço, que desengonçado,
nervoso, ri, num riso absurdo, inflado
de uma ironia e de uma dor violenta.
Da gargalhada atroz, sanguinolenta,
agita os guizos, e convulsionado
salta, gavroche, salta clown, varado
pelo estertor dessa agonia lenta ...

Pedem-se bis e um bis não se despreza!
Vamos! retesa os músculos, retesa
nessas macabras piruetas d'aço. . .

E embora caias sobre o chão, fremente,
afogado em teu sangue estuoso e quente,
ri! Coração, tristíssimo palhaço.
 
É possível observar a comparação que o autor faz entre um palhaço e o seu coração, colocando o último no lugar do primeiro. Vejamos: o palhaço, vulgarmente, é posto como um personagem bobo, tolo. Cruz e Sousa coloca seu coração como um "tolo" por aceitar o "bis" de mais uma dor amorosa. Com isso, ele expressa por meio do subjetivismo e da musicalidade a sua realidade de forma imprecisa, tendo predominância da sinestesia - quando se refere aos órgãos e aos sentidos. Um exemplo do que acaba de ser escrito está no seguinte trecho: 
"(...) Pedem-se bis e um bis não se despreza! (...) E embora caias sobre o chão, fremente, 
afogado em teu sangue estuoso e quente, ri! Coração, tristíssimo palhaço." (Cruz e Sousa)

Inania verba, de Olavo Bilac Al Raryne Góes

Ah! quem há-de exprimir, alma impotente e escrava, 
O que a boca não diz, o que a mão não escreve 
-- Ardes, sangras, pregada à tua cruz e, em breve, 
Olhas, desfeito em lodo, o que te deslumbrava...

O Pensamento ferve, e é um turbilhão de lava: 
A forma, fria e espessa, é um sepulcro de neve... 
E a Palavra pesada abafa a Idéia leve, 
Que, perfume e clarão, refulgia e voava.

Quem o molde achará para a expressão de tudo 
Ai! quem há-de dizer as ânsias infinitas 
Do sonho e o céu que foge à mão que se levanta

E a ira muda e o asco mudo e o desespero mudo 
E as palavras de fé que nunca foram ditas 
E as confissões de amor que morrem na garganta



Comentário: Atribuindo o fracasso expressivo do escritor a impossibilidade das idéias serem corretamente traduzidas pelas palavras, o pensamento se deformando na forma fria.

A cavalgada

Bem pessoal, trago esse poema parnasiano  "A cavalgada" de Raimundo Correia, onde o autor procurou atingir a objetividade  completa, na qual  pretendida pelos parnasianos.


A cavalgada - Raimundo Correia



A lua banha a solitária estrada...
Silêncio!... Mas além, confuso e brando,
O som longínquo vem-se aproximando
Do galopar de estranha cavalgada.

São fidalgos que voltam da caçada;
Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando.
E as trompas a soar vão agitando
O remanso da noite embalsamada...

E o bosque estala, move-se, estremece...
Da cavalgada o estrépito que aumenta
Perde-se após no centro da montanha...

E o silêncio outra vez soturno desce...
E límpida, sem mácula, alvacenta
A lua a estrada solitária banha...
   
remanso: repouso, quietação;
 estrépito: ruído forte, estrondo;
 soturno: triste, sombrio;
 mácula: mancha;
 alvacenta: quase branca, esbranquiçada.

Comentário:
O poema acima se trata de um soneto (formado por dois quartetos e dois tercetos).
É retratada a passagem de uma cavalgada  por uma montanha na noite.
No inicio e no fim, o poema é envolvido por um silêncio, dando um ar de melancolia, mostrando a solitária estrada, banhada pela lua, onde o silêncio é quebrado pelo ruído da cavalgada dos fidalgos, que voltam alegres e barulhentos da caçada, agitando com suas trompas.
Depois da passagem da cavalgada, como que intacta, a noite recompõe-se. Novamente silenciosa e triste.

Espero que tenham gostado.
Abraços

Postado por: Ricardo Azevedo

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

" VASO GREGO "

VASO GREGO  - Alberto de Oliveira

Esta de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
Era o poeta de Teos que o suspendia
Então, e, ora repleta ora esvasada,
A taça amiga aos dedos seus tinia,
Toda de roxas pétalas colmada.
Depois... Mas, o lavor da taça admira,
Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,
Ignota voz, qual se da antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa voz de Anacreonte fosse.

- Análise do Poema
Esse poema foi escrito por Alberto de Oliveira (1857-1937), um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e que foi aclamado, em 1924, como o Príncipe dos Poetas Brasileiros. O Parnasianismo se firmou no Brasil na década de 80 do século XIX. Nesse momento se davam as lutas sociais decisivas pela abolição da escravatura e pela república. Apesar disso, o parnasiano Alberto de Oliveira afirmou: “Eu hoje dou a tudo de ombros, pouco me importam paz ou guerra e não leio jornais”. Distante dos problemas sociais, Alberto de Oliveira descreve então seu “Vaso grego”.
O poema traz uma sugestão do mágico, do encantatório, do fantástico, quando se lê a possibilidade de Anacreonte abraça a taça – o tema mítico da própria poesia, nos primórdios da criação. Através da metonímia entre poesia e musa, percebe-se que a taça se humaniza, pois se exprime, com voz “canora e doce” quando tocada pelo Poeta.



Jefferson Monteiro .
Entre brumas ao longe surge a aurora,
O hialino orvalho aos poucos se evapora,
Agoniza o arrebol.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece na paz do céu risonho
Toda branca de sol.

E o sino canta em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"

O astro glorioso segue a eterna estrada.
Uma aurea seta lhe cintila em cada
Refulgente raio de luz.
A catedral eburnea do meu sonho,
Onde os meus olhos tao cansados ponho,
Recebe a bencao de Jesus.

E o sino clama em lugebres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"

Por entre lirios e lilases desce
A tarde esquiva: amargurada prece
Poe-se a luz a rezar.
A catedral eburnea do meu sonho
Aparece na paz do ceu tristonho
Toda branca de luar.

E o sino chora em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"

O céu e todo trevas: o vento uiva.
Do relâmpago a cabeleira ruiva
Vem acoitar o rosto meu.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Afunda-se no caos do céu medonho
Como um astro que já morreu.

E o sino chora em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
                          (Alphonsus de Guimaraens)

Postado por: Felipe Leonidas Calliaga

O galera futuramente estarei apresentado minha crítica sobre o poema.
Abraços a todos

Velhas Tristezas de Cruz e Souza

Bom pessoal ai vai a poesia Velhas Tristezas de Cruz e Souza,
espero que gostem.

Velhas Tristezas


Diluências de luz, velhas tristezas
das almas que morreram para a luta!
Sois as sombras amadas de belezas
hoje mais frias do que a pedra bruta.

Murmúrios ncógnitos de gruta
onde o Mar canta os salmos e as rudezas
de obscuras religiões - voz impoluta
de todas as titânicas grandezas.

Passai, lembrando as sensações antigas,
paixões que foram já dóceis amigas,
na luz de eternos sóis glorificadas.

Alegrias de há tempos! E hoje e agora,
velhas tristezas que se vão embora
no poente da Saudade amortalhadas!.

Analise:

Este poema é um soneto que trás a musicalidade que é uma característica simbolista, vemos também o emprego das rimas.Cruz e Souza demonstra na maioria das suas poesias um gosto muito forte pela cor branca e não deixa de mostra nesse soneto vejamos "na luz de eternos sóis glorificadas".
No vocabulário Cruz e Souza trabalha palavras e expressões que levanta sugestões místicas almas", "sombras", "religiões","eternos".Podemos notar também que o autor foge da realidade e vai ao mundo espiritual e para termina o autor emprega no soneto figura de linguagem a prosopopéia que é mostrado em vários versos"Murmúrios incógnitos de gruta" "onde o Mar canta os salmos e as rudezas".



Bom pessoal ai foi a poesia espero que gostem.
Postado por : Alisson Nepomuceno




CÁRCERE DAS ALMAS

CÁRCERE DAS ALMAS

Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.


Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.


Ó almas presas, mudas e fechadas
Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!


Nesses silêncios solitários, graves,
que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir-vos as portas do Mistério?! 

(CRUZ E SOUZA)


Neste soneto de é utilizado o misticismo e espiritualismo.

O autor descreve a situação de uma alma presa. Quando o autor diz que " Toda a alma num cárcere anda presa " , ele quis dizer que essas almas estão presas em corpos.

O autor caracteriza essas almas como mudas,abandonadas e tristes.
No fim do poema o autor deixa um grande mistério para que cada um de nós possa imaginar o desfecho dessa historia.

Altemir Correia 2ºJ

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Analise sobre o poema "Braços" ( Cruz de souza )

João da Cruz e Sousa foi um dos maiores precursores do simbolismo no Brasil. Seus poemas são marcados pela musicalidade, pelo individualismo, pelo sensualismo, às vezes pelo desespero é certo que encontram-se inúmeras referências à cor branca, assim como à transparência, à translucidez, à nebulosidade e aos brilhos, e a muitas outras cores, todas sempre presentes em seus versos.
         

 BRAÇOS
Braços nervosos, brancas opulências,
brumais brancuras, fúlgidas brancuras,
alvuras castas, virginais alvuras,
latescências das raras latescências.

As fascinantes, mórbidas dormências
dos teus abraços de letais flexuras,
produzem sensações de agres torturas,
dos desejos as mornas florescências.

Braços nervosos, tentadoras serpes
que prendem, tetanizam como os herpes,
dos delírios na trêmula coorte ...

Pompa de carnes tépidas e flóreas,
braços de estranhas correções marmóreas,
abertos para o Amor e para a Morte! ( Cruz e souza)


Analise do poema:
*Aliteração constante no poema
*Sensualismo em algumas estrofes
*Também há o uso da assonância
*A obcessão pela cor branca presente nas estrofes.
*O uso constante pelas rimas ou propriamente dizendo o uso da musicalidade.

Felipe Modesto

PROFISSÃO DE FÉ, DE OLAVO BILAC

Colé galera !

A poesia a seguir é parnasiana, escrita por Olavo Bilac.

" Invejo o ourives quando escrevo: Imito o amor
com que ele, em ouro,alto-relevo
Faz de uma flor.
.................................

Torce, aprimora,alteia,lima
A frase;e,enfim,
noverso de ouro engasta a rima,
como um rubim.
Quero que a estrofe cristalina,Dobrada ao jeito
do ourives,saia da oficina
sem um defeito"


Observe que o eu lirico afirma invejar um ourives,isto é, alguém que se dedica a um trabalho paciente,minucioso e delicado.Acentua a importância da escolha das palavras precisas,do cuidado com as frases e realça o "polimento" dos versos,para que o poema se torne uma espécie de objeto precioso e belo,semelhante a uma jóia.,

Abraço, Heverton Santana ;)

Parnasianismo no Brasil



No Brasil, o parnasianismo chegou na segunda metade do século XIX e teve força até o movimento modernista (Semana de Arte Moderna de 1922).
Seu marco inicial  foi  a publicação de “Fanfarras” de Teófilo Dias, em 1882. Contudo, Alberto de Oliveira, Olavo Bilac e Raimundo Correia também auxiliaram a implantação do Parnasianismo no Brasil.
A estética parnasiana, originada na França, valorizava a perfeição formal, o rigor das regras clássicas na criação dos poemas, a preferência pelas formas fixas (sonetos), a apreciação da rima e métrica, a descrição minuciosa, a sensualidade, a mitologia greco-romana. Além disso, a doutrina da “arte pela arte” esteve presente nos poemas parnasianos: alienação e descompromisso quanto à realidade.
       O Parnasianismo brasileiro, a despeito da grande influência que recebeu do Parnasianismo francês, não é uma exata reprodução dele, pois não obedece à mesma preocupação de objetividade, de cientificismo e de descrições realistas. Foge do sentimentalismo romântico, mas não exclui o subjetivismo. Sua preferência dominante é pelo verso alexandrino de tipo francês, com rimas ricas, e pelas formas fixas, em especial o soneto. Quanto ao assunto, caracteriza-se pela objetividade, o universalismo e o esteticismo. Este último exige uma forma perfeita (formalismo) quanto à construção e à sintaxe. Os poetas parnasianos vêem o homem preso à matéria, sem possibilidade de libertar-se do determinismo, e tendem então para o pessimismo ou para o sensualismo.

Principais Representantes:
Os principais representantes do parnasianismo brasileiro foram:

- Alberto de Oliveira. Obras principais: Meridionais (1884), Versos e Rimas (1895), Poesias (1900), Céu, Terra e Mar (1914), O Culto da Forma na Poesia Brasileira (1916).

- Raimundo Correia. Obras principais: Primeiros Sonhos (1879), Sinfonias(1883), Versos e Versões(1887), Aleluias(1891), Poesias(1898).

- Olavo Bilac. Obras principais: Poesias (1888), Crônicas e novelas (1894), Crítica e fantasia (1904), Conferências literárias (1906), Dicionário de rimas (1913), Tratado de versificação (1910), Ironia e piedade, crônicas (1916), Tarde (1919).

- Francisca Júlia. Obras principais: Mármores (1895), Livro da Infância (1899), Esfínges (1903), Alma Infantil (1912).

- Vicente de Carvalho. Obras principais: Ardentias (1885), Relicário (1888), Rosa, rosa de amor (1902), Poemas e canções, (1908), Versos da mocidade (1909), Páginas soltas (1911), A voz dos sinos, (1916).

Tríade Parnasiana
A tríade parnasiana foi formada por Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia, pelo fato de serem os que mais se destacaram no movimento.

Características:
  OLAVO BILAC :
“Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac, seu nome completo é um perfeito verso alexandrino” (12 sílabas)
-Príncipe dos poetas
-Autor do Hino à Bandeira
-Poeta cívico

RAIMUNDO CORREIA:
 -Visão negativista do mundo
- Poesia com caráter filosófico

ALBERTO DE OLIVEIRA :
Um dos mais típicos representantes do Parnasianismo
-Excessiva preocupação formal
-Gosto por preciosismo
-Sintaxe rebuscada
-Príncipe dos poetas

Conclui-se que os três, juntos, formavam uma espécie de perfeita harmonia no que se denomina parnasianismo, já que foram os mais marcantes e dedicados à causa.


Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac – a tríade brasileira do Parnasianismo.

 Postado por: Ana carolina Boesch



O Parnasianismo

  Para melhor compreendermos sobre o Parnasianismo, faz - se necessário conhecer um pouco mais do seu contexto social e suas características.

Contexto social:
Nas últimas décadas do século XIX, a literatura brasileira abandonou o sentimentalismo dos românticos e percorreu novos caminhos. O Parnasianismo surgiu na França em oposição às escolas literárias Realismo e Naturalismo, opondo-se à prosa, já que foi um movimento essencialmente poético.
Os poetas parnasianos achavam que alguns princípios adotados pelos românticos (linguagem simples, emprego da sintaxe e vocabulário brasileiros, sentimentalismo) esconderam as verdadeiras qualidades da poesia. Então, propuseram uma literatura mais objetiva, com um vocabulário elaborado (às vezes, incompreensível por ser tão culto), racionalista e voltada para temas universais.
 A inspiração nos modelos clássicos ajudaria a combater as emoções e fantasias exageradas dos românticos, garantindo o equilíbrio que desejavam.
O nome da escola vem do termo grego “Parnassus”, que diz respeito à figura mitológica que nomeia uma montanha na Grécia, morada de musas e do deus Apolo, local de inspiração para os poetas.. A denominação da escola literária se deve também à primeira publicação parnasiana, intitulada “Le parnasse contemporain”, a qual apresenta as seguintes características: linguagem descritiva, formas clássicas (rima, métrica), indiferença. Os fundamentos parnasianos retomaram a perfeição formal almejada pela Antiguidade clássica.
GAUTIER, Théophile
Teve influência da doutrina ''arte pela arte'' introuzida por Théophile Gautier, poeta e crítico literário francês. A teoria da “arte pela arte” ressalta o belo e o refinamento através da autonomia da arte alheia à realidade. Entretanto, os poetas parnasianos que mais se destacaram na França foram: Théophile Gautier, Leconte de Lisle, Théodore de Banville e José Maria de Heredia.

Principais Características:
As características do Parnasianismo são completamente inversas às realistas e naturalistas:
  • Objetividade no tratamento dos temas abordados. O escritor  parnasiano trata os temas baseando na realidade, deixando de lado o subjetivismo e a emoção;
  • Valorização da estética e busca da perfeição. A poesia é valorizada por sua beleza em si e, portanto, deve ser perfeita do ponto de vista estético; 
  • O poeta evita a utilização de palavras da mesma classe gramatical em suas poesias, buscando tornar as rimas esteticamente ricas; 
  • Uso de linguagem rebuscada e vocabulário culto;
  • Temas da mitologia grega e da cultura clássica são muito freqüentes nas poesias parnasianas; 
  • Preferência pelos sonetos; 
  • Impessoalidade: a visão do escritor não interfere na abordagem dos fatos;
    •  Uso e valorização da descrição das cenas e objetos.
    Além desses aspectos, podemos citar também o universalismo, o qual generaliza e aborda temas universais em oposição ao individualismo dos romancistas.

    Postado por: Bianca Freitas 

    Boas vindas

    Então galera, tudo bom? 

    O Vibestudo é um blog criado por estudantes do Segundo Ano do Ensino Médio, turma J.

    Este web site tem como objetivo popularizar a literatura e incentivar o leitor quanto a busca da poesia como figura presente na história de toda e cada sociedade.

    A criação do blog foi possível a partir da idéia de um projeto que envolvesse as escolas literárias vigentes na época em que, as poesias postadas aqui, foram escritas.

    É claro que nada seria realizado sem que houvesse a estimulação proporcionada pela Professora Ivana tampouco sem a dedicação de todos estudantes da turma J.

    Bom galera, é isso aí! Espero que vocês gostem do blog e postem comentários com sugestões, críticas, elogios, etc.
    Sejam Bem Vindos!

    Mais uma análise sobre o poema Ismália

    Na tentativa de mostrar que um mesmo poema pode ter várias interpretações diferentes, resolvi fazer mais uma análise  sobre o poema de Alphonsus de Guimarãe, Ismália.


     O autor
     O grandioso poeta mineiro, Alphonsus Henriques da Costa Guimaraens, principal representante do Simbolismo no Brasil. Escola literária esta que buscava materializar a origem crítica do ser humano através dos traços literários transcendentais, metafísicos, enfim, utilizando-se de linhas simbolistas. O sentimento, a ganância, a inocência, as ascensões e quedas do homem dentre outros ângulos críticos, eram elementos centrais dos poetas Simbolistas.


    - Poema de 5 estrofes com 4 versos cada, com rimas alternadas;
    - Verbos se repetem para destacar as idéias;
    - Desconsidera as questões abordadas pelo Realismo e o Naturalismo;
    - Característica: subjetivista ( tem a presença do eu-lírico).
    - Trata de uma mulher que, no alto de uma torre  que põe-se a sonhar; 

    Postado por: Lucas Barreto 
     
    Uma análise do poema Ismália.

    Como um poema simbolista, Ismália reflete uma inconstância do homem iniciando pela musicalidade.
    O poema de Alphonsus Guimaraens mostra, a instabilidade mental do homem, a confusão entre a fantasia e o real. E como poesia simbolista ela não para de nos surpreender com sua critíca a natureza do homem.

    Alphonsus Guimaraens é um dos principais representantes do SIMBOLISMO NO BRASIL.

    Características do Simbolismo:
    - Caráter individualista;
    - Ênfase em temas místicos, imaginários e subjetivos;
    - Desconsidera as questões abordadas pelo Realismo e o Naturalismo;
    - Estética marcada pela musicalidade;
    - Produção de obras de arte baseadas na intuição, descartando a lógica e a razão;
    - utiliza recursos literários como, a aliteração e assonânicia.

     Danielle Fraga.

    quinta-feira, 21 de outubro de 2010

    ISMÁLIA

    Olá galera, tudo bom?
    A obra a seguir é um poema que, particularmente, aprecio muito. Foi um dos primeiros contatos que tive com a poesia.

    Em breve estará disponível a análise e crítica deste poema de Alphonsus Guimaraens!

    Enquanto isso, deixarei aqui o poema para que, aqueles que não o conheçam, possam ler e tirar suas próprias conclusões.
    Peço que deixem comentários sobre o poema e o que vocês conseguiram absorver dele!

    Espero que gostem!!

    ISMÁLIA

    Quando Ismália enlouqueceu,
    Pôs-se na torre a sonhar...
    Viu uma lua no céu,
    Viu outra lua no mar
    .


    No sonho em que se perdeu,
    Banhou-se toda em luar...
    Queria subir ao céu,
    Queria descer ao mar...

    E, no desvario seu,
    Na torre pôs-se a cantar...
    Estava perto do céu,
    Estava longe do mar...

    E como um anjo pendeu
    As asas para voar...
    Queria a lua do céu,
    Queria a lua do mar...

    As asas que Deus lhe deu
    Ruflaram de par em par...
    Sua alma subiu ao céu,
    Seu corpo desceu ao mar...

    ALPHONSUS GUIMARAENS

    Como prometido... O poema é dividido em cinco estrofes de quatro versos cada. É, como característica simbolista, um poema ritimado, com presença da redondilha maior (7 síl.). Há também, algumas estruturas paralelísticas como "viu uma lua no céu/viu outra lua no mar". A notoriedade do poema se aplica na utilização de antíteses (subiu-desceu;céu-mar;perto-longe). Por exemplo, é possível identificar que o desejo de Ismália está entre a realidade vivenciada pelo espiríto, a lua do céu, e a realidade concreta, a lua do mar. É como se o céu recebesse a sua alma no plano espiritual e o mar recebesse seu corpo, sendo assim o plano real/material. Através deste poema pode-se perceber, por exemplo, uma caracterpistica simbolista: se utilizando do sonho e da loucura, por meio da morte, Ismália pôde transceder e ser entregue ao cosmo, ou seja, pôde, quem sabe, encontrar-se com seu amado.


    Por: Ingrid Lorena :D

    Analise critica do poema " Violões que choram " (Cruz e Souza) João paulo

    Violões que choram ( Cruz e Souza)


    Ah! plangentes violões dormentes, mornos,
    Soluços ao luar, choros ao vento...
    Tristes perfis, os mais vagos contornos,
    Bocas murmurejantes de lamento.

    Noites de além, remotas, que eu recordo,
    Noites da solidão, noites remotas
    Que nos azuis da Fantasia bordo,
    Vou constelando de visões ignotas.

    Sutis palpitações a luz da lua,
    Anseio dos momentos mais saudosos,
    Quando lá choram na deserta rua
    As cordas vivas dos violões chorosos.

    Quando os sons dos violões vão soluçando,
    Quando os sons dos violões nas cordas gemem,
    E vão dilacerando e deliciando,
    Rasgando as almas que nas sombras tremem.

    Harmonias que pungem, que laceram,
    Dedos Nervosos e ágeis que percorrem
    Cordas e um mundo de dolências geram,
    Gemidos, prantos, que no espaço morrem...

    E sons soturnos, suspiradas magoas,
    Mágoas amargas e melancolias,
    No sussurro monótono das águas,
    Noturnamente, entre ramagens frias.

    Vozes veladas, veludosas vozes,
    Volúpias dos violões, vozes veladas,
    Vagam nos velhos vórtices velozes
    Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.

    Tudo nas cordas dos violões ecoa
    E vibra e se contorce no ar, convulso...
    Tudo na noite, tudo clama e voa
    Sob a febril agitação de um pulso.

    Que esses violões nevoentos e tristonhos
    São ilhas de degredo atroz, funéreo,
    Para onde vão, fatigadas do sonho
    Almas que se abismaram no mistério.

    Sons perdidos, nostálgicos, secretos,
    Finas, diluídas, vaporosas brumas,
    Longo desolamento dos inquietos
    Navios a vagar a flor de espumas.

    Oh! languidez, languidez infinita,
    Nebulosas de sons e de queixumes,
    Vibrado coração de ânsia esquisita
    E de gritos felinos de ciúmes!

    Que encantos acres nos vadios rotos
    Quando em toscos violões, por lentas horas,
    Vibram, com a graça virgem dos garotos,
    Um concerto de lágrimas sonoras!

    Quando uma voz, em trêmolos, incerta,
    Palpitando no espaço, ondula, ondeia,
    E o canto sobe para a flor deserta
    Soturna e singular da lua cheia.

    Quando as estrelas mágicas florescem,
    E no silêncio astral da Imensidade
    Por lagos encantados adormecem
    As pálidas ninféias da Saudade!

    Como me embala toda essa pungência,
    Essas lacerações como me embalam,
    Como abrem asas brancas de clemência
    As harmonias dos Violões que falam!

    Que graça ideal, amargamente triste,
    Nos lânguidos bordões plangendo passa...
    Quanta melancolia de anjo existe
    Nas visões melodiosas dessa graça.

    Que céu, que inferno, que profundo inferno,
    Que ouros, que azuis, que lágrimas, que risos,
    Quanto magoado sentimento eterno
    Nesses ritmos trêmulos e indecisos...

    Que anelos sexuais de monjas belas
    Nas ciliciadas carnes tentadoras,
    Vagando no recôndito das celas,
    Por entre as ânsias dilaceradoras...

    Quanta plebéia castidade obscura
    Vegetando e morrendo sobre a lama,
    Proliferando sobre a lama impura,
    Como em perpétuos turbilhões de chama.

    Que procissão sinistra de caveiras,
    De espectros, pelas sombras mortas, mudas.
    Que montanhas de dor, que cordilheiras
    De agonias aspérrimas e agudas.

    Véus neblinosos, longos véus de viúvas
    Enclausuradas nos ferais desterros
    Errando aos sóis, aos vendavais e às chuvas,
    Sob abóbadas lúgubres de enterros;

    Velhinhas quedas e velhinhos quedos
    Cegas, cegos, velhinhas e velhinhos
    Sepulcros vivos de senis segredos,
    Eternamente a caminhar sozinhos;

    E na expressão de quem se vai sorrindo,
    Com as mãos bem juntas e com os pés bem juntos
    E um lenço preto o queixo comprimindo,
    Passam todos os lívidos defuntos...

    E como que há histéricos espasmos
    na mão que esses violões agita, largos...
    E o som sombrio é feito de sarcasmos
    E de Sonambulismos e letargos.

    Fantasmas de galés de anos profundos
    Na prisão celular atormentados,
    Sentindo nos violões os velhos mundos
    Da lembrança fiel de áureos passados;

    Meigos perfis de tísicos dolentes
    Que eu vi dentre os vilões errar gemendo,
    Prostituídos de outrora, nas serpentes
    Dos vícios infernais desfalecendo;

    Tipos intonsos, esgrouviados, tortos,
    Das luas tardas sob o beijo níveo,
    Para os enterros dos seus sonhos mortos
    Nas queixas dos violões buscando alivio;

    Corpos frágeis, quebrados, doloridos,
    Frouxos, dormentes, adormidos, langues
    Na degenerescência dos vencidos
    De toda a geração, todos os sangues;

    Marinheiros que o mar tornou mais fortes,
    Como que feitos de um poder extremo
    Para vencer a convulsão das mortes,
    Dos temporais o temporal supremo;

    Veteranos de todas as campanhas,
    Enrugados por fundas cicatrizes,
    Procuram nos violões horas estranhas,
    Vagos aromas, cândidos, felizes.

    Ébrios antigos, vagabundos velhos,
    Torvos despojos da miséria humana,
    Têm nos violões secretos Evangelhos,
    Toda a Bíblia fatal da dor insana.

    Enxovalhados, tábidos palhaços
    De carapuças, máscaras e gestos
    Lentos e lassos, lúbricos, devassos,
    Lembrando a florescência dos incestos;

    Todas as ironias suspirantes
    Que ondulam no ridículo das vidas,
    Caricaturas tétricas e errantes
    Dos malditos, dos réus, dos suicidas;

    Toda essa labiríntica nevrose
    Das virgens nos românticos enleios;
    Os ocasos do Amor, toda a clorose
    Que ocultamente lhes lacera os seios;

    Toda a mórbida música plebéia
    De requebros de faunos e ondas lascivas;
    A langue, mole e morna melopéia
    Das valsas alanceadas, convulsivas;

    Tudo isso, num grotesco desconforme,
    Em ais de dor, em contorsões de açoites,
    Revive nos violões, acorda e dorme
    Através do luar das meias noites!






    Analise critica

    No poema Violões que choram à presença de musicalidade, é empregado o uso de figuras de linguagem ,como a aliteração que esta expressa na 7ª estrofe, " (...) Vozes veladas , veludosas vozes / Volúpias dos violões, vozes veladas / Vagam nos velhos vórtices velozes / Dos ventos , vivas, vãs, vulcanizadas. ( Cruz e Souza) "sinestesia , repetição , à rimas, muito subjetivismo . O poema apresenta  melhor sentido em conjunto ou seja lendo-o por enteiro.  

    Postado por :  João Paulo Dos Santos

    terça-feira, 19 de outubro de 2010

    Vaga em redor de ti, Alphonsus Guimaraens



    "Vaga em redor de ti uma fulgência
    Que tanto é sombra quanto mais fulgura
    O teu sorriso, que é divino, vence-a,
    E ela, que é luz de estrela, pouco dura. 

    De outra não sei que tenha a etérea essência
    Que nos teus olhos brilha: nem a pura
    Linha de arte de tal magnificência,
    Como a que rosto de anjo te emoldura. 

    Na candidez ebúrnea do semblante
    Tens um lis de ternura, que desliza
    À flor da pele em mágoa suavizante. 

    Não sei que manto celestial arrastas...
    És como a folha do álamo que brisa
    Beija e balança ao luar das noites castas. "

    (Alphonsus Guimaraens)

    Vocabulário                    
     Fulgência: Brilho, cintilação.             
    Candidez: Pureza, inocência, candura.
    Ebúrnea: De marfim.                         
    Lis: De lírio, plantas de cores alvas,    
    amplas e perfumadas.             
        
    Análise Crítica do Poema:
    A fulgência dura pouco pois o sorriso, que é divino, vence-a.
    As palavras que é descrito pelo eu - lírico é: divino, anjo, celestial.
    As características da obra de Alphonsus Guimaraens é a idealização e divinização da mulher.
               
     Postado por: Jorge Danilo

    sexta-feira, 23 de julho de 2010

    Boas-vindas para nós

    Novidade no ar! Quer dizer, na rede!
    Esse blog foi feito por influência maior da professora de Sociologia, Théo. Acredito que o porquê para tal criação seja a facilidade de transmissão para todos os alunos da turma, e visitantes, alguma noticias sobre aulas, provas, notas, enfim.
    Nada mais por enquanto. Fiquem à vontade para sugestões e se tiver algo a ser lembrado, algum aviso ou afins, poste aqui.

    Prestem atenção ao blog, ok coleguinhas? Tentarei postar diariamente com um resumo do dia no colégio. Bom final de semana, até segunda.

    Ah! Resumo de Química pra segunda-feira e neste mesmo dia, não será usado o livro de Português. Vale ressaltar que precisamos pesquisar alguns experimentos pra aula de Física, hein!

    Beijocas, Estela.