A cavalgada - Raimundo Correia
A lua banha a solitária estrada...
Silêncio!... Mas além, confuso e brando,
O som longínquo vem-se aproximando
Do galopar de estranha cavalgada.
São fidalgos que voltam da caçada;
Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando.
E as trompas a soar vão agitando
O remanso da noite embalsamada...
E o bosque estala, move-se, estremece...
Da cavalgada o estrépito que aumenta
Perde-se após no centro da montanha...
E o silêncio outra vez soturno desce...
E límpida, sem mácula, alvacenta
A lua a estrada solitária banha...
remanso: repouso, quietação;
estrépito: ruído forte, estrondo;
soturno: triste, sombrio;
mácula: mancha;
alvacenta: quase branca, esbranquiçada.
estrépito: ruído forte, estrondo;
soturno: triste, sombrio;
mácula: mancha;
alvacenta: quase branca, esbranquiçada.
Comentário:
O poema acima se trata de um soneto (formado por dois quartetos e dois tercetos).
É retratada a passagem de uma cavalgada por uma montanha na noite.
No inicio e no fim, o poema é envolvido por um silêncio, dando um ar de melancolia, mostrando a solitária estrada, banhada pela lua, onde o silêncio é quebrado pelo ruído da cavalgada dos fidalgos, que voltam alegres e barulhentos da caçada, agitando com suas trompas.
Depois da passagem da cavalgada, como que intacta, a noite recompõe-se. Novamente silenciosa e triste.
Espero que tenham gostado.
Abraços
Postado por: Ricardo Azevedo
perfeito,uma linda obra parnasiana.
ResponderExcluirQuero sabe a responta desse poema
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